Morreu Vito Artioli, o rei dos sapatos de luxo. Ele tinha 85 anos e morava em Tradate, na província italiana de Varese. Artioli havia herdado a empresa de calçados de seu pai, que mais tarde tornou-se a Star Shoe Factory. Com seus sapatos de luxo calçou os pés de chefes de estado, xeques, emires, príncipes, personalidades famosas do jet set mundial. Ele foi um dos arquitetos da história do Made in Italy. O funeral será realizado na terça-feira, 8 de março, às 15h30, na igreja do reitor de Santo Stefano em Tradate.
Os sapatos sob medida da Star Shoe Factory foram usados por muitos clientes VIP e poderosos, gente como os presidentes dos Estados Unidos George Bush, Barack Obama e Donald Trump, o presidente russo Vladimir Putin, o ditador iraquiano Saddam Hussein, o Papa João Paulo II e por nomes como Michael Jackson, Elton John e Prince, entre muitos outros.
Há mais de meio século que Artioli era uma das faces simbólicas da capacidade de fazer negócios, da alta costura e do talenteo para inovar e renovar com a estrela guia, sempre, da qualidade. A história empresarial de Vito Artioli começou na década de 1950, com sua entrada na Star, empresa fundada por seu pai Severino Artioli junto com Eugenio Stefanotti e Angelo Millefanti.
Com sua chegada à empresa, após a morte de Stefanotti, a fábrica de calçados abre seus horizontes: modelos inovadores (assinados por ele, habilidoso modelista e designer) e o mercado externo, Europa e Estados Unidos em primeiro lugar, países árabes, Rússia , Leste Europeu e Leste então, nos anos 90. Faz isso com novos modelos e invenções, como chinelos com elástico embaixo da língua, cadarços elásticos e novas máquinas que rapidamente se tornaram o padrão imitado por todas as empresas do setor. Não só o mercado, até a produção ao longo dos anos se expandiu para o "look total" em couro com cintos, malas, luvas, bolsas. Sempre com a mesma filosofia e busca da qualidade.
Vito Artioli ocupou diversos cargos em entidades e associações comerciais, como o de presidente da Anci (Associação Nacional dos Fabricantes de Calçados Italianos) e da CEC (Confederação Europeia do Calçado) e de Vice-Presidente Adjunto da CIMAC (Centro Italiano de Materiais de Aplicação de Calçado).
Relação com o Brasil
Artioli tinha uma relação muito próxima com o Brasil, país que visitou em mais de uma oportunidade, como no Congresso Mundial do Calçado, realizado em 2011, no Rio de Janeiro; e também em edições da COUROMODA. "Vito foi um amigo especial que aproximou o Brasil da Italia e nos abriu muitas portas na Europa. Foram décadas de convivência no Micam, COUROMODA e no Congresso Mundial do Mundial do Calçado, que realizamos no Rio em 2011. Um signore e um personaggio que qualificou e defendeu como poucos o Made in Italy", destaca Francisco Santos, fundador e presidente da COUROMODA.

Francisco e Waleska Santos com Vito Artioli e Cleto Sagripanti, no Congresso Mundial do Calçado 2011, realizado no Brasil