
O futuro das lojas multimarcas de calçados passa por mudanças imediatas que permitam proporcionar ao consumidor experiências positivas que o façam comprar nelas em vez de em outros canais. A necessidade de inovar em diferentes áreas, como a adoção da segmentação ou departamentalização, é enfatizada por diretores da Associação Brasileira de Lojistas de Calçados (Ablac) que participaram na última segunda-feira de um debate mediado por Airton Manoel Dias, diretor do Fórum Couromoda.
As opiniões de Imad Esper (Savan Calçados – Goiânia/GO), Antoniel Lordelo (Azul Calçados – Itu/SP), Eduardo Smaniotto (Luz da Lua – Novo Hamburgo/RS) e Bruno Constantino (Oscar Calçados – São José dos Campos/SP) durante a Noite da Ablac foram acompanhadas por uma plateia atenta interessada em conhecer novas ideias para potencializar os seus negócios.
“A experiência tem valor para o consumidor quando ele, por exemplo, entende a história contada pelo produto, como a forma de usá-lo, os materiais utilizados e o design”, afirma Lordelo. O lojista enfatiza que vender, para os varejistas, é uma atividade empresarial, mas comprar, para o consumidor, é uma experiência para a qual contribuem muitos fatores.

Esper, Lordelo, Smaniotto e Constantino: lojistas apontaram caminhos para o segmento
Para Bruno Constantino, o consumidor está ávido por experiências interessantes, por isso as lojas precisam mudar a forma de se comunicar com ele e facilitar o acesso aos produtos, através da retirada de vitrines e outros elementos físicos internos. “Esta é uma tendência que vai se consolidar em pouco tempo no varejo brasileiro de calçados”, enfatiza.
Para Eduardo Smaniotto, a opção das multimarcas é seguir o exemplo das monomarcas, cujo ambiente é mais intimista e acolhedor. “Hoje, as pessoas querem entrar na loja e ter a liberdade de pegar os produtos, analisá-los e chamar o vendedor somente quando precisarem de alguma informação. A departamentalização é um caminho sem volta para atender a isso”, opina.
Imad Esper enfatiza que consumidor mudou e o varejo multimarcas precisa entender e atender as suas novas demandas. “É preciso desenvolver uma nova forma de varejar e assegurar que uma experiência de compras positiva seja algo natural”, explica.
ELES DISSERAM
“O processo de transformação das multimarcas é constante, e não algo que se faça em apenas um período.”
BRUNO CONSTANTINO
“A compra deve ser racional, utilizar estratégias e contemplar todos os tipos de produtos, até chegar ao número ideal de SKUs.”
EDUARDO SMANIOTTO
“Em tempos de produtos com vida cada vez mais curta, o olhar do lojista deve ser constante e cada vez mais apurado.”
ANTONIEL LORDELO
“É preciso seguir o exemplo dos líderes, que há muito tempo retiraram vitrines e móveis que dificultavam o acesso aos produtos.”
IMAD ESPER
