Indústria e, principalmente, varejo devem ser beneficiados com a medida, que será implementada a partir de fevereiro

Aproximadamente R$ 30 bilhões devem ser injetados na economia em 2017 com a decisão do governo federal de liberar para saque os valores das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A estimativa do governo é a de que muitos beneficiados pela liberação devem quitar dívidas e voltar ao mercado de consumo imediatamente.
O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Imad Esper, considera a medida positiva. Para ele, os recursos que deverão entrar na economia este ano devem ajudar o comércio a recuperar as vendas em todo o País. "Parte desse montante certamente o consumidor utilizará para a compra de calçados, o que sinaliza para os lojistas uma boa perspectiva de negócios para os meses seguintes", justifica o dirigente, sem definir o tamanho do impacto da medida sobre as atividades do setor.
Esper enfatiza que, assim, o cenário neste início de 2017 é diferente do que o varejo vislumbrava em igual período de 2015 e 2016 e que por isso os dirigentes do varejo devem investir mais na aquisição de produtos para venda no primeiro semestre. "O nível de estoque das lojas leva sempre em consideração as previsões de vendas, que felizmente são positivas a partir do anúncio de medidas de estímulo à economia com esta", acrescenta o presidente da Ablac.
Benefícios a todos segmentos
Conforme o diretor de Relações Institucionais da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI-NH/CB/EV), Marco Aurélio Kirsch, a entidade "saúda e aguarda com expectativa muito positiva a efetivação dos anúncios e reformas comunicados pelo Presidente da República Michel Temer. A possibilidade do saque integral pelos trabalhadores dos valores represados no FGTS, através do saque integral do saldo das contas inativas é certamente uma notícia a ser saudada pelo nosso comércio, nossa indústria e nossos serviços."
Segundo Kirsch, a injeção de capital na economia, ainda que esteja distante de trazer uma solução para o problema do desemprego e para o cenário macroeconômico, é louvável na medida em que estimula e capitaliza o mercado de consumo e consequentemente os negócios – fundamentais para a saúde das empresas e dos postos de emprego no Brasil.
Reflexos na Couromoda 2017
A liberação do FGTS deverá refletir também na Couromoda, que acontece na próxima semana em São Paulo. "Com lojistas mais animados com a expectativa de crescimento de vendas no varejo de calçados e confecção a partir de fevereiro, a Couromoda acontece no momento ideal para o varejo se abastecer dos produtos de moda que vão estar nas vitrines de todos o país e encantar clientes com mais dinheiro para comprar", destaca Francisco Santos, presidente do Grupo Couromoda.