Por Leandro Villela Cezimbra
Diretor da ACI-NH/CB/EV - Associação Comercial, Industrial e
de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha
Que temos de nos atualizar com as melhores tecnologias, ninguém é capaz de negar. Afinal, toda a atualização social deve ser analisada e bem-explorada; entretanto, não se pode deixar de verificar que, com o surgimento de uma realidade digital que convencionou-se denominar de metaverso, há um interesse enorme dos mais jovens, em detrimento da realidade.
Não se está a dizer que o metaverso ou outras iniciativas de realidade virtual não sejam bem-vindas, mas nem todo mundo tem acesso a essa tecnologia e todos nós precisamos de alimentação, vestuárioe tantas outras coisas para sobreviver, coisas estas que necessitam da mão humana para sua produção.
Nossos jovens já não querem trabalhar na indústria, no comércio e nos serviços. Buscam vagas em empresas de tecnologia, porém sem garantia de sobrevivência econômica. Fala-se muito em desemprego, mas em nossas empresas a reclamação é corrente: falta mão de obra, e não há programa que cesse tal problema.
O que nos cabe como sociedade é, justamente, balancear a importância das coisas. O Sr. Roberto Argenta, em suas palestras, frisa bem que “as pessoas seguirão usando sapatos”, o que é verdade. É muito cômodo pedirmos comida no conforto de nossos lares, mas alguém terá de sair da sua casa para preparar o nosso jantar. Nos sentiremos alimentados pelos ambientes digitais apenas?
Precisamos de um programa de governo que também incentive os jovens a aderir às carreiras de base industrial, comercial e de serviços, e não apenas às de TI, pois o mundo real necessita disso. Afinal, nem tudo é metaverso...